Editorial: No São João de Simões Filho ninguém sabe o que é bomba e o que é tiro...
Toda vez que o mês de junho se aproxima uma nova preocupação aparece para os simõesfilhenses: saber diferenciar o barulho daquilo que é produto da violência na cidade – os tiros – das costumeiras bombas  do período junino.

É muito complicado não saber diferenciar... Imagine você, uma pessoa na rua e, em seguida, ouve disparos ( de tiros), mas ela pensa que são bombas... afinal, é São João...
O problema é que em Simões Filho todo dia é dia de São João – no quesito tiros e, ironicamente, ao mesmo tempo em que escrevo este texto, já me assustei com um barulho aqui em meu bairro – mas, não se preocupe, foi uma bomba (ufa!)...
Mas, vamos raciocionar: se todo dia, por conta dos disparos, é 'São João' aqui, e este período indica festejos, será que as autoridades simõesfilhenses não estão constantemente em 'ritmo de festa'?
E isto porque os números negativos da violência na cidade e a falta de ações mais concretas no combate às suas causas mais diretas levam os cidadãos a se certificarem disto.
Porém, é preciso ressaltar que mesmo em festas há policiamento... e já virou rotina visualizarmos muitos policiais fazendo a segurança da forma mais ostensiva possível – principalmente em se tratando de festas patrocinadas pelo poder público- enquanto no dia a dia não se vê o mesmo efetivo nas ruas. Para onde foram os policiais?

É preciso frisar que a Polícia Militar em Simões Filho tem à frente profissionais capacitados e treinados (pelo menos, a maioria) e o comandante é, sem dúvida, uma pessoa adequada ao cargo que assume. Mas, mesmo cientes desta realidade e conhecedores do fato de que a segurança municipal é obrigação do estado e não do município, o poder público local deveria oferecer mais apoio e mesmo desenvolver ações próprias e projetos que visem a contribuir com a PM, na prestação da segurança na cidade.

O caso da greve da PM na Bahia, no início deste ano, é um exemplo crasso. Ao passo que a maior parte do efetivo militar de Camaçari, por exemplo, aderiu à greve, mesmo o comandante negando a afirmativa e mostrando-se próximo à população, juntamente com o prefeito Luiz Caetano, em Simões Filho a situação foi ironicamente inversa.
Em Camaçari, o apoio à greve foi oficializado, mas o comando da PM não parou e nas ruas viu-se o reflexo disto- uma maior  sensação de segurança, mesmo em um período hostil. Já em Simões Filho, a PM não aderiu (em tese), mas nas ruas os  bandidos e oportunistas fizeram a festa. Onde estava o poder público na época, especialmente aquele que deveria aparecer para, ao menos, 'tranquilizar' a população?
Se a greve tivesse sido em junho, poderíamos até arriscar... Festas... Sabe como é que é, né...

Nenhum comentário:

Postar um comentário